Toninho Crespo (1955 – 2025) deixa obra associada ao samba-rock, ao soul e ao rap paulistano
Reprodução / Instagram Toninho Crespo
♫ OBITUÁRIO
♬ “Falta pouco para chegar aos 70 anos e só posso dizer que valeu a pena ser o primeiro a se colocar como Crespo na música brasileira e também como Crespo na minha vida pessoal de lutar pelos direitos iguais. Eu me mantenho!”, celebrou Toninho Crespo em rede social em fevereiro de 2024.
Antonio Rodrigues Filho (9 de junho de 1955 – 22 de setembro de 2025) chegou aos 70 anos como uma voz da cena paulistana de música black, um nome associado em especial ao samba-rock (gênero nascido nos bailes da vida noturna de Sampa), ao soul e ao rap paulistano.
Toninho Crespo – como era conhecido artisticamente o cantor, compositor e guitarrista nascido na zona leste da cidade de São Paulo (SP) – morreu hoje, segunda-feira, 22, aos 70 anos, contabilizando 74 músicas autorais gravadas ao longo de sete décadas de vida e mais de 40 de carreira.
Tendo formado em 1992 a banda Julaê, com a qual fez shows ao longo dos anos 1990, Crespo deixa discografia solo heterogênea, tendo transitado pelo reggae no álbum Toque de amor (2004), pelo samba-rock no álbum Estilo samba rock (2009), pelo jazz latino no álbum Bossa loca (2016) e pelo samba soul no disco de 2019 batizado com o nome desse mix de gêneros.
Contudo, como guitarrista, o nome de Toninho Crespo fica mais associado ao universo do hip hop paulistano. O toque da guitarra do músico foi requisitado pelos maiores nomes do rap de São Paulo, incluindo o grupo Racionais MC’s, a dupla Thaíde & DJ Hum, Rappin’ Hood e os grupos 509-E, RZO e Guerreiros de Zumbi.
A música de Toninho Crespo esteve afinada com a história do artista. Adolescente, Crespo descobriu aos 13 anos o universo Black Power e logo adotou o penteado com orgulho, se engajando no movimento negro de São Paulo.
Compositor desde os 14 anos, o artista se iniciou em festivais estudantis e encarou programas de calouro até construir o próprio caminho, primeiro como integrante da banda Julaê e, depois, como artista solo.
O caminho de Toninho Crespo se encerra hoje, mas inclui ainda inédito disco de blues.
Fonte: G1 Entretenimento