Lábios vermelhos de Gal Costa estão na capa de álbum ao vivo póstumo como impagável assinatura visual da cantora

Capa do álbum ‘As várias pontas de uma estrela – Ao vivo no Coala’, de Gal Costa (1945 – 2022)
Divulgação / Biscoito Fino
♫ OPINIÃO
♩ Gostei muito da capa do álbum ao vivo póstumo de Gal Costa (1945 – 2022) que será lançado na sexta-feira, 17 de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino. O texto enviado à imprensa não menciona o autor da ideia, mas essa pessoa acertou em cheio ao criar a capa do álbum que perpetua de forma oficial a gravação do último show da cantora, apresentado no festival paulistano Coala em 17 de setembro de 2022.
Seria muito cômodo pegar uma foto de Gal na apresentação – e há várias boas imagens captadas pelo fotógrafo Roncca no palco do Memorial da América Latina – e estampá-la na capa. Só que resultaria em uma capa trivial.
Expor os lábios vermelhos de Gal na capa do álbum As várias pontas de uma estrela – Ao vivo no Coala é excelente ideia que reforça a identidade visual de Gal Costa além da vida. Recorrentes na discografia de Gal, esses lábios vermelhos já apareceram nas capas de álbuns como Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971), Água viva (1978), Gal tropical (1979) e Profana (1984) e já foram destacados até em capas de coletâneas como Minha voz, minha vida (2000).
Contudo, é inegável que a capa do álbum As várias pontas de uma estrela – Ao vivo no Coala remete diretamente à capa de O sorriso do gato de Alice (1993), disco que estampou, com destaque, os lábios vermelhos que se tornaram uma assinatura visual de Gal, parte da identidade dessa cantora que sempre usou em cena a sensualidade e a beleza do corpo (sobretudo nos anos 1970) sem jamais cair na vulgaridade.
Consta que era a própria Gal que contornava os lábios com batom vermelho, dispensando maquiadores para essa função, talvez ciente da importância dessa marca na arquitetura da imagem da artista.
Sob esse prisma, a capa do álbum que registra o show da última turnê de Gal, As várias pontas de uma estrela (2021 / 2022), não poderia ser mais certeira. Está lá para a eternidade a impagável marca visual de Gal Costa, saudade do Brasil!
Capa do álbum ‘O sorriso do gato de Alice’ (1993), de Gal Costa
Arte de Barrão e Luiz Zerbini
Capa do álbum ‘Água viva’ (1978), de Gal Costa
Marisa Alvarez Lima
Capa do álbum ‘Fa-Tal – Gal a todo vapor’ (1971), de Gal Costa
Arte de Luciano Figueiredo e Oscar Ramos